Ás vezes me pergunto quem está orquestrando tudo isso.
Quer dizer, em tempos de vírus chinês, pandemias, isolamento social, a Netflix solta uma série, como Noite Adentro, para colocar nós, habitantes da terra, com uma pulga atrás da orelha sobre o que está acontecendo.
Para você que ainda não viu Noite Adentro vai aqui algumas contextualizações paroquiais sem spoiler, claro. A série belga estreou sua primeira temporada na plataforma de streamming no dia 1° de Maio. Repleta de autores poucos conhecidos, mas frequentes em muitos filmes e séries, seguem um enredo construído por um polonês especialista em ficção científica, Jacek Dukaj.
Duckaj foi o primeiro escritor polonês a lançar um livro completamente digital repleto de imagens, vídeos e sons que auxiliam o leitor a mergulhar no mundo da ficção. Usando técnicas textuais como hipotextos, hipertextos, paratextos e intertextos, Jacek Dukaj é um fomentador da difusão de livros eletrônicos, algo que ele tem chamado de Bibliomachia.
Enfim, deu para perceber que o criador do Noite Adentro não é alguém que se prende no passado, mas que quer desvendar o futuro. O seu romance The Old Axolotl tem como temática consciência digitalizada em um mundo onde seres humanos é coisa rara. Este romance é que foi a fonte de inspiração para o Noite Adentro, embora na série pouco se vê de futurismos.
O que vemos na série Noite Adentro (sem spoiler)
Vemos dilemas nas relações sociais envolvendo punição, democracia e luta por sobrevivência. A série abordar a questão da mudança de vida, como nossos segredos podem afetar as nossas decisões e em algum momento esbarra nas relações amorosas entre amantes, mãe e filho, cuidado com os velhos e também a questão da subordinação.
Há também o aspecto do estilo da liderança, a série enfatiza muito isso; questões ecológicas, militares e teológicas. Dilemas morais a todo momento são levantados e um detalhe que cama atenção é poliglotismo das cenas. A série é Belga, mas existe a presença russa, árabe, turca e inglesa. As questões de etnias e de camadas sociais como youtubers, pilotos de avião e cientistas.
Conclusão
A série possui um rico ambiente de debates sobre o que é ser humano, uma expressão que aparece eventualmente no streamming é "ele é humano". Jacek Dukja forneceu muitos elementos para construir um streamming de um amplo repertório. Nada de Avatars e destruição da Casa Branca, apenas nós, seres humanas, a tecnologia e a destruição do nosso mundo.
Deixe seus comentários para eu conhecer a sua opnião sobre esse ou outros assunto.
Daniel Souza Júnior
Editor do Teorítica
Fontes
https://culture.pl/en/article/the-old-axolotl-man-without-body-book-without-paper
https://swiatczytnikow.pl/jacek-dukaj-o-e-bookach-czytaniu-warstwowym-i-nowej-powiesci/
https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/hipotexto/