A tecnologia 5G e seus problemas

What is this hype about 5G? Is it really bad for humans? - Quora

Precisamos com urgência falar sobre a tecnologia 5G.

Este artigo busca aprofundar um pouco mais outros dois artigos que publiquei nos Estudos Nacionais e no Jornal da Cidade Online. Aqui, no entanto, trata-se de uma abordagem introdutória de um tema demasiadamente complexo: a tecnologia 5G. Muitos elogiaram e concordaram com a necessidade de se debater a temática nos portais da mídia alternativa, já que a extrema-imprensa não o faz. Outros leitores criticaram a iniciativa dizendo que a minha forma de abordagem é rasa ou sem base científica.

De fato, as duas publicações são limitadas em sua abordagem, pelo menos no tocante a extensão do problema. Artigos de opinião têm como propósito expor apenas o ponto de vista do autor apresentando argumentos que sustentem a sua posição. Evidentemente, não é possível aprofundar tecnicamente ou cientificamente um assunto tão complexo como a tecnologia 5G em um texto de 700 palavras, por exemplo.

No entanto, é absolutamente necessário que se fomente no Brasil um ambiente de debate sobre essa nova modalidade de tecnologia pesando os ganhos e prejuízos que ela, a tecnologia 5G, nos traz. Sendo assim, escrevo esta presente postagem para, de uma maneira sucinta, expor as implicações maléficas que potencialmente a tecnologia 5G poderá nos causar.

Antes de tudo, algumas observações  


Algumas criticas que recebi foi sobre a minha formação em administração. Insinuando que não poderia ter autoridade sobre o tema tecnologia 5G, pois não sou físico ou engenheiro. Acontece que a maioria dos problemas da modernidade está envolvida em múltiplas áreas do conhecimento, como descreveu Bruno Latour sobre a proliferação dos híbridos.

Neste contexto, a tecnologia 5G não é apenas uma questão de física ou de engenharia, mas também médica, bioquímica, sociológica, psicológica, política, e porque não, da administração. É evidente que do meu ponto de vista da ciência social aplicada à administração jamais poderei discutir pressupostos físicos ou astrofísicos da tecnologia 5G, porém, posso recorrer a trabalhos de físicos que abordam a temática de maneira honesta sobre o tema. E é este o meu propósito aqui.

Para aqueles que estão familiarizados com a temática do eletromagnetismo não-ionizante sugiro a Parte II deste artigo onde apresento algumas publicações sobre os malefícios da tecnologia 5G.


PARTE I - O USO DAS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS NO DIA-A-DIA

De início, é preciso considerar duas informações: os tipos de radiação (ionizante e não-ionizante) e os efeitos delas sobre uma matéria orgânica (efeito térmico e não térmico), como foram discutidos nas teses de Anguera (2012) e Silva (2014), por exemplo. A imagem abaixo apresenta uma escala de frequência e comprimento das ondas eletromagnéticas durante a sua propagação.


imagem:sapralandauer

As radiações que se encontram à direita são de natureza ionizante, isto é, são capazes de trocar íons com a matéria orgânica (corpo humano). É onde se encontra as chapas de raio-X que fazemos ou as tragédias nucleares de Chernobyl e Fukushima.  As ondas que se encontram do lado esquerdo da luz visível são ondas não-ionizantes e por isso são apenas monitoradas pelo poder público, mas não proibidas. Essas ondas não-ionizante não tem o potencial de deformar a matéria orgânica, tanto que usamos estes não-ionizantes para aquecer a comida no forno microondas de nossa cozinha ou mesmo para captar o sinal do rádio.

Sobre o Forno Microondas

Para efeito de exemplo de como usamos essas ondas não-ionizantes tomarei o caso do Forno Microondas. Como demonstrado no desenho abaixo, um tubo de elétron instalado dentro do forno emite pulsos eletromagnéticos que são dispersados pela câmara interna do aparelho, irradiando ondas eletromagnéticas sobre a comida que está no prato. Essa radiação agita as partículas de água que estão no interior dos alimentos e desse modo a comida é aquecida eletromagneticamente.
fonte da imagem: https://brasilescola.uol.com.br/
Essa radiação pode atingir 2,4 GHz, e como não é uniforme a sua distribuição no interior da câmara do forno, o prato precisa girar para que todo o alimento seja uniformemente aquecido. O INMETRO é o órgão encarregado de certificar esses equipamentos para serem comercializados.

Mais detalhes sobre fornos microondas seguem dois links:
FDA (Estados Unidos) - https://www.fda.gov/radiation-emitting-products/resources-you-radiation-emitting-products/microwave-oven-radiation
INMETRO (Brasil) http://www.inmetro.gov.br/consumidor/produtos/microondas.asp
Brasil Escola Uol https://brasilescola.uol.com.br/fisica/forno-microondas.htm#:~:text=O%20funcionamento%20do%20forno%20de,para%20o%20interior%20do%20mesmo.

O rádio e a televisão

O funcionamento das ondas de rádio e televisão são mais complexas que o sistema do forno microondas. A história do rádio é uma das mais fantásticas descobertas que a humanidade já fez. Três cientistas precisam ser citados aqui: o escocês Clerk Maxwell, o alemão Heinrich Hertz e o italiano Guglielmo Marconi. Maxwell em 1864 apresentou à Royal Society um artigo sobre a teoria do campo eletromagnético, dentre muitas outras observações, o escocês demonstrou por meio de equações que a luz também seria uma onda eletromagnética. No entanto, foi Heinrich Hertz quem conseguiu demonstrar experimentalmente que era possível gerar ondas eletromagnéticas a partir de correntes elétricas, como demonstrado na figura a baixo.

Fonte imagem wikipedia
Fonte imagem wikipedia

A grande contribuição de Hertz para o eletro magnetismo foi o seu pioneirismo em demonstrar a geração do magnetismo a partir da corrente elétrica, além de conseguir medir o tamanho dessa mesma onda apartir dos postulados de Maxwell. E finalmente, não menos importante, o italiano Marconi deu prosseguimento aos trabalhos de Hertz aplicando as descobertas no acionamento de campainhas por meio de um sistema de transmissão de ondas e recepção de ondas eletromagnéticas. Mais tarde Marconi aplicou esses sistemas de transmissor e receptor de ondas eletromagnéticas ao sistemas de telegrafos transmitindo traços e pontos para longas distâncias, quando se ajustava o tamanho da antena e seu aterramento tanto do transmissor de onda quanto o seu receptor.

Foi Marconi quem transmitiu a primeira mensagem propagada a longa distância (6 km) na Inglaterra que dizia: Are you ready (você está pronto). Todavia, apenas em 1906 e 1907 que os primeiros audios começaram a ser transmitidos respectivamente pelos cientistas Lee de Forest (americano) e Riginald Fessenden (canadense).

HERRAMIENTAS TELEMATICAS UNAD | Mapa Mental
fonte imagem 

Links adicionais sobre ondas eletromagnéticas aplicáveis ao Rádio e a Televisão
Apanhado geral: https://www.coladaweb.com/geografia/radiodifusao
Sobre comprimento de ondas https://www.youtube.com/watch?v=ACJ--MzJ6eE
Principio da transmissão de rádio https://www.youtube.com/watch?v=cT2JjH24w1Y
AM/FM/OC/OM https://www.youtube.com/watch?v=yeqqtzXdrYw
Como fazer uma rádio de galena (para fixar melhor o conhecimento) https://www.youtube.com/watch?v=Ax5u_jCwCro

Sobre os aparelhos celulares

O primeiro sistema de telefonia celular foi implantado em 1921 no Departamento de Polícia de Detroit, Estados Unidos, segundo a tese de Silva (2014). Este sistema operava em uma frequência de 2 MHz, ao passo, que em 1983, os sistemas de telefonia móvel já estava trabalhando com 800MHz. Convém destacar que esta potência analógica diz respeito a potência da torre para alcançar os aparelhos.

Todavia, ainda em meados da década de 80, foi definido o Advance Mobile Phone Service (AMPS) como a tecnologia de primeira geração (analógica) 1G. Altamente vulnerável, basta um sintonizador de rádio para captar o sinal das ondas. Logo desenvolveram três novas tecnologias de comunicação: TDMA (Time Division Multiple Acess), CDMA (Code Division Multiple Acess) e a GSM (Global System Mobile). Nasce assim, os sistemas digitais, segunda geração - 2G.

Em seguida, os celulares passam a ter acesso a internet, até que surge a tecnologia de terceira geração, o famoso 3G. Com os sistemas UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) e a WCDMA (Wide-Band + CDMA) que permitia o envio de mensagens instantaneas, geolocalização, jogos, acesso a internet, além de fazer ligações, é claro. E mais recetemente surgiu a tecnologia LTE (Long Term Evolution), o 4G, que deu mais velocidade a transmissão de dados sejam eles textos, aúdios, imagens ou vídeos. Ainda apareceu a tecnologia 4G+ que permite os aparelhos celulares conectar simultaneamente em várias faixas de frequências.

Olhando para a telinha do aparelho celular

Nas telas de celulares e smartphones existe um medidor de força de sinal que quando fica cheio, significa que o aparelho "deu rede", isto é, está no alcance de alguma torre de transmissão de sinal. Aquelas "barrinhas" de sinal são as medições em decibéis (dBm) das ondas de radio-frequência transmitidas pelas torres em potência de milliwatt para aquele aparelho celular.

Problemas no sinal do iPhone após a atualização do iOS? Veja como ...

Esta medição da potência do sinal pode variar de -51 dBm (sinal perfeito) a -115 dBm (fora de área de cobertura). Nos Androids é possível verificar essa medição acessando: Configuração> sobre o dispositivo> Status> Status do SIM, onde serão informados os dBm que o aparelho está alcançando e também o ASU (Unidade de Potência Arbitrária).

Como funciona a recepção de sinal do celular - Mobizoo

Usando aplicativos como OpenSinal e Network Cell Info Lite é possível também identificar torres de sua operadora nas proximidades. A medida que você se distancia destas torres, evidentemente a potencia das ondas ficará mais fraca e seu aparelho de celular.

Leituras adcionais
https://tecnoblog.net/236506/diferenca-internet-celular-lte-4g-4gmais-5g/
Tese https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/13254/2/Denize%20F%20Silva...Exposi%c3%a7%c3%a3o%20%c3%a0s%20radia%c3%a7%c3%b5es...2014...pdf

Tudo bem, mas e quanto as torres de celular

Existem dois tipos de Estação Base Radio (torres de transmissão de sinal): os Greenfield instalados diretamente no chão e os Roof Top instalados nas coberturas dos edifícios. São eles que enviam o sinal para os aparelhos celulares ou, no caso de internet, comunica direto com os receptores de frequência de rádio das residências como na figura abaixo.

Conduta Ambiental realiza o Licenciamento de Estação Radio Base ...

De acordo com uma matéria do Meio&Mensagem para que o seu celular tenha uma cobertura de 3G a torre precisa trabalhar numa frequência de até 2,1 GHz, alimentando entre 60 e 100 aparelhos com toda tranquilidade. Para o 4G a torre trabalha até 2,5 GHz alimentando até 400 aparelhos. A torre de tecnologia 5G trabalha com uma frequência de 95 GHz. (Meio&Mensagem)

Portal Telebrasil - Mapa de ERBs Brasil (antenas)Projetando e Instalando Repetidoras de Celular
fonte da imagem 1 e imagem 2

Como demonstrado nos desenhos acima as cidades estão sob constante incidência de ondas eletromagnéticas oriundas de torres de sinal, além dos roteadores em nossas casas, sem contar outros aparelhos que usamos em nosso dia-a-dia como smartphones, smat tv e notebooks que também emitem ondas. Somos diariamente expostos a esse eletromagnetismo não-iônico de maneira nunca vista na história da humanidade. E aqui nasce o questionamento, isso é prejudicial ou não?

Links para uma pesquisa mais aprofundada.
Mobizoo https://mobizoo.com.br/telecom/sinal-do-celular-como-funciona/
Monografia sobre potencia de sinal em dispositivos móveis https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/126047/000971086.pdf?sequence=1
Aplicativos que mostram a localização de torres de celular OpenSignal e Network Cell Info Lite
Aplicativo que mostra a potencia do WiFi (WiFi Analyzer)
https://www.researchgate.net/figure/Figura-26-Exemplo-de-topologia-ponto-multiponto-tipica_fig3_235899854

PARTE II - ELETROMAGNETISMO E TECNOLOGIA 5G

Como escrevi no artigo dos Estudos Nacionais, a Anatel tem monitorado em cada aparelho o gradiente de radiação que é incidido sobre uma matéria orgânica, a taxa de SAR (Specific Absorption Rate). Segundo as normas da OMS a incidência de radiação deve estar limitada a 2 watt/kg, pois de acordo com a norma do ICNIRP (International Commision on Non-Ionnizing Radiation Protection), acima deste valor a matéria organica poderá ser aquecida sofrendo significativas modificações. Para que os aparelhos eletrônicos sejam comercializados no Brasil é preciso, por tanto, a obtenção desta certificação emitida pela Anatel.



A Agência Nacional de Telecomunicações tem apontado que as tecnologias com potencial de emissão de radiação como celulares, roteadores e smart tvs comercializadas no Brasil estão de fato, bem abaixo do limite, como demonstrado na figura acima. No entanto, pesquisas têm mostrado que mesmo atendendo aos padrões limites da SAR, a radiação emitida por esses aparelhos tem gerado estresse oxidativo nos corpos humanos, como foi discutido no artigo de Rodrigues e Brizola (2019). Isto é, pesquisas têm mostrado que mesmo diante de onda não-ionizantes os processos bioquímicos das células estão sofrendo biosensibilidade de radiação. Outros estudos têm mostrado que as radiações não-ionizantes tem provocado moléstias sobre corpos humanos, veja a lista a seguir:

Perigos da radiação não-ionizante

Estresse oxidativo (em ambiente de baixa frequência)
Rodrigues e Brizola (2019) - Revista Brasileira de Ensino de Física (2019)

Artigo que debate o anterior (2020)

Revista Electromagnetic Biology and Medicine

Eletromagnetismo sobre ratos (1997)

Efeitos neurológicos (radiação não-ionizante)
Tese de doutorado Silva (2014) - https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13254

Efeito sobre a fertilidade masculina (em ambiente de baixa frequência)

Tumores

Potenciais canceres

Documento austríaco sobre sintomas de doenças em decorrência de radiação da rede sem fio

Equívocos da OMS sobre a radiofrequência (não-ionizante)

Outra discussão que tem afetado a temática da tecnologia 5G é quanto ao comprimento das ondas eletromagnéticas não ionizantes. Mesmo que órgãos poderosos como Anatel, OMS o a IRPA (Associação Internacional de Proteção contra a Radiação) vêm assinalando que a tecnologia 5G não oferece perigo por causa do seu baixo nível de radiação, uma lista de cientistas independentes tem denunciado que há sim riscos. O site Scientists For Wired Technology tem feito ferrenhas discussões sobre o comprimento de ondas na tecnologia 5G que podem variar de 20 até 0,1 polegada de comprimento. E neste contexto se discute também até que ponto a exposição a estas ondas podem danificar todo o organismo humano.

Sites e blogs que analisam os efeitos maléficos da tecnologia 5G 
http://mobilfunk-aber-modern.de/3-wirkung-auf-den-menschen
https://scientists4wiredtech.com/what-are-4g-5g/4g-5g-penetration/
https://lennarthardellenglish.wordpress.com/
https://www.5gspaceappeal.org/the-appeal
http://www.iemfa.org/emf-scientist-appeal-to-the-united-nations/

Lista de especialistas que militam contra a tecnologia 5G por inúmeros motivos
Cientistas https://www.5gspaceappeal.org/scientists
Médicos https://www.5gspaceappeal.org/medical-doctors

 A extrema-imprensa tem ignorado todos esses estudos e debates, quando muito publicam editoriais ou matérias que apenas reforçam a ideia de progresso tecnológico, desconsiderando a existência de uma debate sério sobre os malefícios da tecnologia 5G. Pesquisas ainda estão sendo feitas com o propósito de tornar as ondas eletromagnéticas não-ionizantes cada vez mais presente em nosso dia-a-dia. Em breve toda a nossa vida será cercada desses pulsos invisíveis eletromagnéticos não-ionizantes.

Pesquisas nas áreas de wifi
Projeto Browse (europeu) https://cordis.europa.eu/project/id/291632/reporting
Pesquisas publicadas pelo coordenador chefe do projeto Browse (AMJ Boonen) https://www.researchgate.net/scientific-contributions/9601043_AMJ_Koonen
WiFi 100x mais rápido https://phys.org/news/2017-03-wi-fi-rays-light100-faster-overloaded.html

PARTE III - RESUMO DOS MALEFÍCIOS DO 5G

O meu artigo no Jornal da Cidade Online eu apontei cinco ações que poderiam ser tomadas para minimizar os efeitos do 5G. Aquelas ações era para se proteger dos seguintes possíveis malefícios:

- Sobrecarregamento bioquímico das bilhões de atividades celulares que nosso corpo faz.
- Uma possível interferencia eletromagnética nas atividades cerebrais
- O possível desenvolvimento de transtornos psicológicos decorrentes de uma exposição excessivas a ondas eletromagnéticas não ionizantes.

Observação: Não é para o leitor entrar em pânico. O propósito é alertá-lo de que há consequências no progresso tecnológico que andam nos vendendo por aí.

PARTE III - CONCLUSÃO

O meu objetivo foi fazer um apanhado bibliográfico de modo a demonstrar que as ondas eletromagnéticas, não são uma novidade do nosso século. Porém, o uso das mesmas tem sido cada vez mais popularizado em nosso dia-a-dia. A tecnologia 3G, 4G e agora a 5G estão abrindo um portal talvez nunca acessado pela humanidade. O eletromagnetismo não foi inventado pelo homem, pelo contra, ele é uma lei da natureza que usamos para nosso benefício. E se tem uma lei da física que tem sido muito bem comprovada é que para cada ação existe uma reação.

Começamos usando o eletromagnetismo no rádio, depois no forno microondas para aquecer a nossa comida. Agora, as torres de celular têm se tornado parte das paisagens de picos de morros. Nas cidades os terraços de prédios e edifícios estão carregados de antenas refletindo os sinais das torres das empresas de telecomunicação. A tecnologia 5G está chegando agora com uma potência nunca vista. A extrema-imprensa tem sido cínica ao dizer que não há problemas no progresso, mas jamais dirá uma palavras sobre os problemas que ela também não está procurando.

Daniel Souza Júnior
Editor do Teorítica