Dimaggio, isomorfismos e mitos organizacionais

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O principal sentido dos mitos organizacionais se concentra na ideia de que "toda a atividade humana está sujeita ao hábito"¹.
Estes hábitos ao longo do tempo vão se cristalizando na sociedade por meio da reciprocidade e de sua repetição futura formando as tipificações. Assim é que desenvolvemos modos de construir casas, cozinhar ou ainda, administrar empresas.
A figura do advogado, por exemplo, é institucionalizada pela sociedade. Pois se crê que este indivíduo domina todas as técnicas tipificadas ou interpretadas pela sociedade diante de um litígio jurídico. O médico da mesma forma foi institucionalizado como aquele que lida com doenças, assim como, o psicólogo é aquele que gerencia diversas técnicas no lidar com a psique humana.
No entanto, numa organização pode haver vários profissionais institucionalizados respondendo de forma cooperada ou não ao ambiente externo. A forma como esta organização responde a este ambiente ou ainda a configuração por ela adotada pode ser fruto de um isomorfismo com outra organização. Isto só é possível porque a organização é formada de pessoas, e pessoas remetem a hábitos que por sua vez podem ser institucionalizados.
Em resumo, existem uma diversidade de organizações, mas estas respondem de modo semelhante, isomórficos, ao ambiente, segundo Dimaggio², porque existe uma influencia normativa, padronizadora e coercitiva nos processos organizacionais. Estes são os "mitos", modelos de operação, de execução e formas de pensamento que imperam sobre as organizações.
A modelagem organizacional somente é possível porque as atividades humanas estão em constante institucionalização e padronização, formando modelitos até mesmo no trato com o humano. Para concluir, somos criaturas de hábitos, buscamos a economia nos movimentos e pensamentos. Queremos o conforto a todo custo, o menor esforço, as organizações são nossos hábitos ajustados e institucionalizado.

Daniel Souza Júnior
Mestrado em Administração pela ESAG/UDESC


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1) Berger, Peter L., and Thomas Luckmann. 1967. The Social Construction of Reality. New
York: Doubleday.

2) DIMAGGIO, Paul Joseph; POWELL, Walter W. A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos campos organizacionais. RAE-Revista de Administração de Empresas, 2005, 45.2: 74-89.