As três estratégias de Michael Porter e o modelo 3C's de Kenichi Ohmae



Porter fala em três estratégias que uma empresa pode adotar, Ohmae ensina quatro caminhos para o sucesso estratégico. Ambos são complementares ou divergentes?
Uma pergunta retórica para aguçar nossa reflexão sobre o que é uma estratégia de negócios.
Michael Porter é professor da Harvard Business School e guru da estratégia competitiva. Kenichi Ohmae é doutor em engenharia nuclear pelo MIT, ex-consultor da McKinsey e criador do modelo 3C's (cliente, companhia e concorrência) para o desenvolvimento estratégico.

Muitas empresas têm se dedicado a melhorar a eficiência de suas operações reduzindo custos e ajustando seus processos em termos de desperdícios e ganho de produção. Esta sede por produtividade, segundo Michael Porter, levou as companhias a esquecerem a importância da estratégia. Porter fez essa observação em meados da década de 90.
Resultado de imagem para cinco forças de porterOhmae no começo da década de 80 já destacava que as empresas têm quatro maneiras de fortalecer seu posicionamento no mercado: investindo em áreas que lhe garantam um bom aproveitamento de oportunidades dissecando e descobrindo os fatores-chaves de sucesso das empresas vencedoras daquele mercado(key factors sucess - KFS); adquirindo tecnologias ou recursos que diferencie dos concorrentes; sendo diferentes da concorrência; ou explorando mercados ainda intocáveis pela concorrência. Neste contexto o guru japonês propôs o modelo 3 C's em que a companhia e seus concorrentes disputam custos, enquanto o cliente busca valor.
Em 1985 Michael Porter delineando a importância da empresa buscar uma vantagem competitiva numa mercado de fato atrativo, o guru americano estabeleceu as cinco forças que operam sobre esta organização. A força dos fornecedores, dos clientes, dos produtos substitutos, da concorrência e dos novos entrantes no mercado. Para que esta empresa prevaleça sobre as demais ela tem três opções ou lidera pelo preço mais baixo, ou pela diferenciação de seus produtos, ou foco num nicho de mercado rentável. 
O grande ganho das duas abordagens se concentra na tentativa de estabelecer uma estratégia de negócios que tem por foco o posicionamento mercadológico. A tendência ao isomorfismo que falamos no artigo anterior pode ser uma obstaculo a ser superado pelo posicionamento de mercado. Ohmae e Porter fornecem uma filosofia estratégica que considera a competição como o coração do sucesso empresarial. As organização precisam lutar por cada pedaço do market share, custe o que custar. A lei da sobrevivência do mais forte, mais eficiente e mais preparado prevalece no subconsciente de cada competidor. Não teorias divergentes, mas complementares numa considera o valor e custo, e noutra leva-se em conta as forças de mercado.

Daniel Souza Júnior 
Mestrando em administração pela ESAG/UDESC

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OHMAE, Kenichi. The Mind of the strategistic, 1982.
PORTER, Michael. Competitive advantage Creating and Sustaining Superior Performance, 1985.