A voz dos globalistas na língua de pau do Roda Viva



O sr. Átila Iamarino provou que conhece os slogans globalistas.

Rotulado de "divulgador científico" pela lisonjeira bancada de amigos, Iamarino desfilou diante das câmeras do Roda Viva seu dicionário globalista-científico. Reafirmou indiscriminadamente a autoridade do relatório do Imperial College London (Colégio Imperial de Londres) sobre o progresso da dita pandemia do (coronavírus) vírus chinês. 

Átila foi o clássico intelectual orgânico de Antônio Gramsci ao repetir os verbetes globalistas "tenho medo de sair na rua", "estou em isolamento" e "o mundo não vai ser como antes". O discurso de repetição que Olavo de Carvalho chama de língua de pau oca.

Língua de pau oca

Vi, no Roda Viva em velocidade 1.75 no youtube, a linguagem maliciosa de um doutor em microbiologia, ziguezagueando nas pautas hipócritas da velha mídia brasileira. "Defendo a credibilidade da mídia e da ciência", disse o entrevistado, tal como um coveiro que desembainha a espada em defesa dos túmulos. "O distanciamento horizontal é o que está comprovado cientificamente, o vertical nem precisa ser discutido pois não é científico", disse o divulgador científico.

Para a informação do digníssimo leitor, distanciamento horizontal está estabelecido nas leis de Moisés quando Deus ordenou que leprosos deveriam ser separados do convívio social. Distanciamento horizontal é a medida mais extrema da sociedade, na luta contra a Aids ou a hanseníase, por exemplo. Não tem haver em ser ou não científico, assim como a guerra, isolar também faz parte do instinto de sobrevivência. Seria o mesmo que dizer que "cientificamente se você não sair na rua reduz em 99,99% a chance de você não ser atropelado". Nos comentários da entrevista muitos o chamaram grande inteligência por dizer obviedades equivalentes na roda viva. Obra de uma bem adestrada língua de pau oca.

Um aspirante globalista

A grande contribuição de Átila Iamarino é analisá-lo como um fenômeno de nossa sociedade brasileira. Não houve se quer uma única exibição de consistência científica em sua fala, numa certa altura da entrevista, por exemplo, ele disse que conhece o vírus chinês de longe. Quando questionado sobre sua previsão de 1 milhão de mortes no Brasil pelo vírus da China, Átila descoladamente se desvencilha em palavras e gestos de autoconfiança e tergiversa arvorando o relatório do Colégio Imperial de Londres.

Entre um mote e outro de "defendo a credibilidade de mídia e ciência", o divulgador científico dizia a todo momento: "a China agora..."; "a ação da China..."; "porque a China..."; como se pudéssemos confiar em alguma dado ou informação do governo chinês. Nem os cientistas do Colégio Imperial de Londres usaram os dados reais da China. Mas, como detalhei aqui, recorreram a dados das epidemias da SARS, ebola e MERS para compilarem o modelo matemático que agora Átila está convertido. Este é o típico intelectual orgânico de Gramsci em seu momento de fama.

Pra acabar

Para não dizerem que só vi o mal, Átila levantou uma bola importante: o perigo de viver em cidades. Nunca foi tão perigoso viver perto do McDonalds, bancos e shoppings. O hamburger pode ter uma bactéria incurável, o banco lhe rouba em taxas e juros e o shopping drena todo o seu orçamento do lar. Até que no fim do dia, no ponto de ônibus ou no Uber, você sem querer espirra. Pronto. É o fim da sua vida. Uma multidão lhe condenará.

Daniel Souza Júnior
Editor do Teorítica
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