Os globalistas colocaram a China em vertigem.
Em 2018 produzi uma pequena apresentação intitulada Rota da Seda e a Estratégia Chinesa demonstrando o esforço do governo chinês em fazer frente ao capitalismo americano. Uma pergunta nada retórica ficou daquele vídeo: seria o suficiente para a China a reconstrução da Rota da Seda para o enfrentamento do poderio econômico americano? Charles Hugh Smith, um escritor americano sobre finanças e investimentos, escreveu em seu blog na quinta-feira passada (12/mar) que a era da globalização pode estar no fim.
Em postagens anteriores analisei em duas partes Parte1 e Parte2 como os globalistas estão operando o coronavírus na tentativa de obterem ganhos com a pandemia. Numa terceira postagem apresentei como o coronavírus seria na verdade um vírus do Partido Comunista Chinês (vírus PCCh). De posse de tais contextos, mergulharemos no cenário macroeconômico que se desenrola por trás da cortina do vírus chinês.
A curva S
Charles Hugh escreve em seu blog que estamos no fim da curva S. Esta curva formada por quatro fases: ignição, crescimento, investimento e declínio, seria a descrição de um ciclo econômico envolvendo genialidades dos líderes e prosperidades e declínio dos lucros e perda de capacidade de investimento. O polêmico Harry Dent Jr. escreveu em "a próxima grande depressão" que o as bolhas provocam excessiva valorização dos ativos e modelos de negócio o que acaba por saturar o mercado que logo tudo se derrete.
Dent lembra do russo Nicolai Kondratieff que parou no Gulag porque disse ao governo sovietico que as crises econômicas não eram sinais de falência do capitalismo, mas faziam parte da natureza capitalista que se movia em ciclos (Ciclo Kondratieff). O colunista do The epoch Times Chriss Street conta-nos que Henry Kissenger, um secretário de estado americano poderoso do tempo do Nixon, sempre dizia:"o controle do alimento controla o povo, o controle da energia controla o continente, e o controle do dinheiro controla o mundo". Eis o começo do financiamento da globalização que na visão de Charles Hugh seria o começo da crista da curva-S.
Uma vez esgotado todos os recursos financeiros globais, a onda de globalização se recrudesceria, e a prosperidade tornaria declínio. Talvez por isso Jeff Bezos ofereceu ajuda a Donald Trump na tomada de decisão sobre o avanço do vírus chinês. Era a catástrofe ideal para o fim da curva-S. MAs o contexto ainda é mais amplo para os globalistas e metacapitalistas.
Rede Ponto Azul
A organização supranacional ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) assinou em 2016 um tratado com o governo Barack Obama, a Declaração de Sunnylands. O documento de dezessete tópicos acorda que os Estados Unidos irá compartilhar informações de segurança, promoção das comunidades locais, e cooperação marítima com os países signatários da Asean (Tailândia, Filipinas, Malásia, Singapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camborja). Acontece que Donald Trump está interessado em remodelar este acordo feito por Obama, e assim Trump partiu para um cruzada que tinha como centro a implementação de uma Blue Dot Network (Rede Ponto Azul).
Segundo o colunista do Bangkok Post, Kavi Chongkittavorn, esta ideia foi revelada numa das cúpulas que tradicionalmente em cinco décadas o governo americano sempre envia um funcionário de alto escalão, mas que desta vez foi o senhor Robert O'Brien assistente da presidência para assuntos internacionais - funcionário de baixo escalão. No entendimento dos lideres do sudeste asiático, Donald Trump não estava dando o devido valor ao acordo desenvolvido com Obama. E pior, a ideia do Rede Ponto Azul era uma estratégia descarada de colocar mais pressão na Estratégia Rota da Seda Chinesa.
Obviamente os líderes do sudeste asiáticos se sentiram usados e insatisfeito com as iniciativas do Presidente americano. Todavia o que o colunista Kavi não considera em suas análises é que o governo Trump é muito diferente do governo anterior. Donald Trump está assessorado por um pessoal que é anti-China como Peter Navarro Diretor de Política Comercial americana. Kavi também não considera que existe um movimento das empresas americanas denominado re-shoring que são as fábricas voltando para os Estados Unidos. Seria, no entender de Charles Hugh, o final da curva S, quando a financeirização da globalização se esgota e tudo derrete.
E no que tange a China, o papel da ASEAN seria de sufocar economicamente o dragão chinês que como recurso teria a propagação de uma epidemia global que enclaustraria todo o ocidente em suas próprias causas. Isto é a China em vertigem.
Daniel Souza Júnior
Editor Teorítica
Fonte usadas
Kavi Chongkittavorn
Charles Hugh
The epoch Times
Harry Dent Jr. A próxima grande depressão: como prosperar em tempos de turbulência. Trad. Afonso Celso Cunha. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. p.26 e 58